Técnica da Ancoragem: o que é e como utilizar
Desde o momento do nascimento, as escolhas e comportamentos dos seres humanos são os reflexos de seus pensamentos e da forma como o mundo é percebido por cada um. Assim, cada percepção e pensamento individual gera um estado emocional diferente, e é nesse cenário que a técnica da Ancoragem ganha destaque.
Estudada na Programação Neurolinguística e também na psicologia, a técnica da Ancoragem foi desenvolvida para criar ou modificar as respostas dadas pelo cérebro para determinados estímulos. De vendedores a psicólogos, a técnica é utilizada nos processos de influência e persuasão de todas as áreas de atuação.
Mas você deve estar se perguntando, como praticar a técnica da Ancoragem? Vamos lá.
Como a técnica da ancoragem funciona
Pensou na âncora dos navios, né?!
Resultado de uma associação reflexiva, a ancoragem trata-se de uma ação não optativa, ou seja, realizada inconscientemente.
Experiências intensas estabelecem âncoras, assim como muitas vezes elas também são criadas devido à repetição. Você já notou que parar no sinal vermelho simplesmente se tornou um hábito e acontece de forma automática? Já ouviu uma música durante sua ida para o trabalho e no final estava emocionado lembrando de alguém ou de alguma situação da sua vida? Todo esse processo de percepção de estímulos aconteceu inconscientemente, mas você só foi percebê-lo no final, durante o estado emocional provocado.
É fundamental entender que todos os animais, incluindo os seres humanos, têm a capacidade de perceber estímulos, sejam eles provenientes do ambiente externo ou interno. Entretanto, nem todos os indivíduos possuem a mesma tendência de percepção dos estímulos sensoriais, ou seja, olfato, paladar, tato, visão e audição. É comum que certas pessoas tenham mais afeição aos estímulos visuais, enquanto outras liguem-se diretamente com o olfativo, cinestésico e etc. Por isso, durante o processo de Ancoragem são estabelecidas âncoras específicas para cada um dos tipos de estímulos, sendo elas:
Âncoras visuais
As âncoras visuais são aquelas que consistem em estímulos desencadeados por processos visuais, por exemplo, uma fotografia que carrega a lembrança de um dia feliz em família, ou um desenho animado que lembra a infância com os amigos.
Âncoras auditivas
Esse é o tipo de âncora que desperta uma resposta por meio dos sons. O canto dos pássaros que lembra uma viagem especial, uma música que toca em todos os natais passados em família, ou a buzina na rua que lembra o som da buzina do seu primeiro carro. Esses são alguns exemplos dos estímulos por meio da audição.
Âncoras cinestésicas
Quando falamos em âncoras cinestésicas, nos referimos aos sentimentos guardados de experiências táteis e corporais, por exemplo, deitar numa cama e ter a mesma sensação de quando criança, ou deitar na grama e lembrar de momentos em família.
Âncoras olfativas e gustativas
Olfato e paladar. Esses são os sentidos que comandam esse tipo de âncora. Aqui, todos os estímulos serão derivados deles, por exemplo, o cheiro de terra que lembra aquela viagem em família para o interior, ou o cheirinho do pão que lembra os cafés da tarde tomados com a família toda reunida.
Como praticar a técnica da ancoragem
De nada adianta a teoria se ela não é colocada em prática, certo?!
Para realizar a ancoragem, o primeiro passo é a identificação do estado emocional desejado. Tranquilidade, bem-estar, paz, alegria e euforia são alguns dos principais estados buscados com a prática da técnica da Ancoragem. Seja qual for o objetivo, o importante é a concentração no que realmente se deseja.
Escolha o sentimento e busque em sua memória um momento que contenha tal emoção. Sempre que fizer isso, busque agir como se realmente estivesse naquele momento, vendo, ouvindo ou sentindo. Âncoras constroem hábitos e também auxiliam inconscientemente no processo de competência de qualquer processo. Ao decidir sua âncora, o próximo passo é dar o estímulo, que deve ser fácil de repetir e discreto perante as demais pessoas, por exemplo:
- Encostar a ponta do seu dedo polegar no dedo indicador da mesma mão e enquanto vivencia o sentimento, soltar os dedos respirando fundo;
- Abrir e fechar a mão num ritmo calmo e constante;
- Forçar o dedo dos pés contra o chão.
Com a definição do estado pretendido e da âncora utilizada, é hora de associá-los ao processo a ser realizado, por exemplo, falar em público. Vamos pensar no seguinte caso:
Maria é uma mulher de 20 e sempre teve vontade de guiar seus trabalhos em equipe, mas sempre que é solicitada para falar em público ela trava. Gagueira, mãos suando e o famoso “branco”. Após descobrir os curso de oratória e a eficácia da técnica da Ancoragem, Maria começou a praticar. Ela adotou o estímulo de forçar o dedo dos pés contra o chão, e como resposta a jovem buscava o sentimento de tranquilidade e confiança. Sua âncora foi cinestésica, e com o estímulo dado ela ancorou o momento em que pisou pela primeira vez na areia da praia. O resultado disso? Maria conseguiu se apresentar em público da melhor forma, recebendo elogios sobre seu desempenho, dicção, naturalidade, persuasão e etc.
Nesse exemplo, o que é acontece é que todo sentimento bom que Maria colocou em sua âncora foi direcionado para a concentração/tranquilidade no momento de falar em público.
Lembre-se que cada pessoa tem suas próprias necessidades e peculiaridades, e assim, as âncoras de um, podem não servir para o outro. Você precisa se conhecer, identificando seus pontos fortes e fracos e desenvolvendo ferramentas de funcionamento inconsciente.
Depois de entender qual a melhor âncora para você, pratique colocá-la em prática. Suas âncoras podem ser ativadas em qualquer lugar, hora ou momento. Use-as com sabedoria.
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