Como perder a timidez de falar com as pessoas?
Pensar em fazer uma apresentação para determinado público te deixa angustiado, mesmo que ainda faltem dias para esse acontecimento? Se sim, saiba que você não está sozinho (a). Perder a timidez e o medo de falar em público não acontece em um passe de mágica. Mais importante que isso é compreender as origens de ambos.
Segundo o estudo Thalia Eley, professora de genética do desenvolvimento e do comportamento no King’s College London, 30% da timidez como característica se deve à genética; o resto vem como uma resposta ao entorno.
Mas afinal: timidez é igual introversão?
Não. Tais comportamentos não são iguais, mas podem ser “complementados”. A timidez está ligada ao medo e angústia de interações sociais, enquanto que a introversão é apenas uma preferência por ficar só, não implicando em nervosismo ou ansiedade.
Nesse cenário, também devemos esclarecer o significado de fobia social, que nada mais é do que o medo exagerado de algo ou alguém, promovendo a sensação patológica de angústia infinita. Ao enquadrar-se em patologia, a fobia é considerada uma doença psicológica, visto que as sensações causadas por ela alcançam níveis acima dos considerados normais, colocando o indivíduo em um estado de congelamento.
Diferentemente do que muitas pessoas imaginam, a timidez não é exclusiva apenas para as pessoas que não lidam com o público. Não são poucos os casos de celebridades que já sentiram ou ainda sentem os reflexos desse sentimento, entre elas: J. K. Rowling, Mark Zuckerberg, Meryl Streep e Larry Page.
4 técnicas de oratória para perder a timidez
Controle a ansiedade
Resposta fisiológica do corpo humano ao medo e ligada ao sentimento de auto sabotagem, a ansiedade é um sentimento normal, porém, apenas até o ponto em que ela não afeta suas capacidades sociais e cognitivas. Para isso, existem algumas estratégias:
- Pratique atividades físicas: A serotonina é responsável pela sensação de prazer e a maneira mais saudável de alcançá-la é se exercitando;
- Descanse: Durante o sono o corpo libera cortisol, hormônio responsável pela diminuição do estresse. Por isso, determine o horário de interromper o uso do celular, diminua os ruídos, relaxe e estabeleça a hora de ir para a cama;
- Foque no presente: Quem nunca quis mudar o passado, não é?! Tenha em mente que ele não pode ser mudado, e o futuro não pode ser controlado. Mas cabe a você semear o melhor. Assim, viveremos de fato no presente, diminuindo as preocupações com tudo que está por vir.
Depois de praticar os itens citados anteriormente, é hora de ficar de olho na respiração. A principal dica é: observe-a. Quando o peito fica mais destacado do que a barriga, é sinal de que você não está utilizando todo o potencial do seu sistema respiratório.
Para fazer uma boa respiração enquanto aliada da comunicação, você pode realizar alguns exercícios simples de controle da respiração pelo diafragma:
- Deitar com os pés levemente afastados, uma das mãos sobre o peito e a outra no umbigo. Certifique-se de que a mão do umbigo eleve-se mais do que a mão de cima durante a respiração.
- Quando estiver em pé, inspire fundo expandindo ao máximo o diafragma e, de forma lenta e constante, expire o ar emitindo a letra “F”.
- Repita o mesmo exercício, porém desta vez expire emitindo o som da letra “S” e de forma mais rápida e repetidamente. Faça 3 pausas até soltar todo o ar, sentindo o diafragma dar pequenas travadas.
Utilize a Ancoragem
Você já notou que parar no sinal vermelho simplesmente se tornou um hábito e acontece de forma automática? Tal processo de percepção de estímulos aconteceu inconscientemente, mas você só foi percebê-lo depois, quando já aconteceu.
Nesse cenário, é fundamental entender que todos os animais, incluindo os seres humanos, têm a capacidade de perceber estímulos, sejam eles provenientes do ambiente externo ou interno. Entretanto, nem todos os indivíduos possuem a mesma tendência de percepção. É comum que certas pessoas tenham mais afeição aos estímulos visuais, enquanto outras liguem-se diretamente com o olfativo, cinestésico etc. Por isso, durante o processo de Ancoragem, são estabelecidas âncoras específicas para cada um dos tipos de estímulos (auditivos, visuais, cinestésicos, olfativos e gustativos).
Para realizar a ancoragem e perder a timidez, você precisará:
- Identificar qual é o estado emocional desejado, por exemplo, tranquilidade;
- Escolha o sentimento e busque em sua memória um momento que contenha tal emoção. Sempre que fizer isso, busque agir como se realmente estivesse naquele momento;
- Ao decidir sua âncora, o próximo passo é dar o estímulo, que deve ser fácil de repetir e discreto perante as demais pessoas, como forçar o dedo dos pés contra o chão;
- Com a definição do estado pretendido e da âncora utilizada, é hora de associá-los ao processo a ser realizado, por exemplo, falar em público.
Abandone as crenças limitantes
Você cresce ouvindo seus pais falando que perder a timidez é impossível e que falar bem é um dom para poucos. O resultado? Ao atingir determinada idade, sua concepção é que realmente perder a timidez não é para você.
Esse é um exemplo muito comum de crenças limitantes, que em linhas gerais são conceituadas como pensamentos e atitudes negativas que formulamos em relação a vários aspectos da nossa vida. Tais crenças bloqueiam seu desenvolvimento pessoal e profissional, por isso trouxemos uma estrutura de 3 passos para que você aprenda a eliminá-las:
- Pense em algum problema que está te incomodando e o explique utilizando “porque”. Em toda frase, depois do “porque” há um motivo. É ele que você quer trabalhar a seguir;
- Agora, questione-se com outro “motivo” para isso acontecer com você, utilizando o resultado do questionamento anterior. O ideal é repetir este processo até não haver mais respostas para as perguntas. Faça tudo livre de julgamentos críticos e expondo seus medos, vergonhas ou frustrações;
- Com uma lista de motivos, agora é preciso analisar todos eles. Identificar quais deles são apenas afirmações verdadeiras e quais são crenças realmente limitantes. É necessário realizar esse exercício com calma, estar com a cabeça livre de tarefas, e claro, ser objetivo em sua investigação.
Estimule a flexibilidade comportamental
Se fizermos as mesmas coisas, a tendência é termos os mesmos resultados, certo?! Então, se quisermos resultados diferentes, temos de fazer as coisas diferentes. Parece um conceito simples, mas certamente você tem ou conhece alguém que não está tão contente com determinado aspecto da vida e em contrapartida, tem uma alta resistência em mudar com relação a isso. É aí que entra a prática da flexibilidade comportamental.
Em linhas gerais, esse conceito prega a capacidade de adaptação perante determinadas situações e pensamentos no processo de perda da timidez e do medo de falar em público, pois esse não é um tópico isento de dificuldades. Alguns exercícios para colocar o conceito em prática são:
- Ao se deparar com um problema por conta da timidez, ao invés de olhar apenas pelo lado ruim, se esforce para manter uma atitude positiva, focando nas possíveis soluções;
- Mude os objetos de seus lugares costumeiros, seja em casa ou no trabalho;
- Ao se deitar para dormir, mude o lado da cama onde está habituado e modifique também a postura como dorme (desde que feita de forma correta e confortável).
Exercícios para perder a timidez ao falar com as pessoas
Aborde pessoas na rua
Esse, provavelmente, é o mais prático exercício a ser feito. Sempre que sair de casa, converse com alguém na rua. Por exemplo, pergunte onde fica tal endereço ou quantas horas são, mesmo que não precise. Com o tempo, você perceberá que seu medo de falar com desconhecidos está diminuindo.
Dialogue com o espelho
A técnica do espelho é muito usada na psicologia. Por trás do método está uma simples explicação: não sabemos muito bem como nos comportamos. Podemos sentir internamente quando estamos desempenhando uma ação, mas não conseguimos nos analisar objetivamente.
Para realizar a atividade, basta ficar de frente para o espelho e começar a dialogar. É importante seguir um roteiro para tornar a atividade um pouco mais simples. Se você não consegue falar algo, por exemplo, comece tentando por aí.
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