Dicção: 5 exercícios práticos para melhorá-la
Você já presenciou ou viveu alguma situação em que precisou de alguma informação e por mais que a pessoa explicasse, você não conseguiu entender? Já conviveu com pessoas que falam muitas palavras, mas não se fazem claras? E outras que falam pouco, no entanto, logo passam a mensagem parecendo uma fala apressada? Todas essas situações tiveram como motivo principal a má dicção.
Além de ser um elemento fundamental para a compreensão da mensagem passada, a dicção também é intermediária para processos secundários, como a leitura labial. Observe que ao conversar com uma pessoa sua atenção volta-se a voz e também a própria boca. Isso acontece inconscientemente e é uma das artimanhas que utilizamos para entender completamente o que nos está sendo transmitido.
Por que as falhas de dicção acontecem?
O ato de falar, muitas vezes, é um grande desafio para pessoas mais introspectivas e tímidas. Assim, falar em público pode transformar-se em uma batalha aparentemente invencível. Mas, nesse caso, o medo atinge uma parcela maior da população, tendo em vista que o medo de falar em público acaba superando o medo da morte. E o que a dicção tem a ver com tudo isso? É simples: ela é fundamental para o desdobramento de uma boa comunicação, seja para uma ou mil pessoas. É por meio dela que pronunciamos os sons das letras, sílabas e palavras.
Após a conscientização, é importante saber que os problemas de dicção podem ter origens diferentes, sendo elas: emocionais, físicas e questões de hábitos. Em se tratando de problemas gerados por aspectos de saúde, o apoio de um(a) profissional da área de fonoaudiologia se faz necessário. Além de trabalhar em hospitais, escolas, creches e consultórios, os(as) fonoaudiólogos(as) também auxiliam cantores, atores, empresários e políticos que querem melhorar sua comunicação oral.
Exercícios para melhorar a dicção
Assim como nos exercícios físicos, muitos aspectos da comunicação precisam ser treinados e a dicção é um deles. Vale lembrar que, mais do que a voz, a dicção é formada pelo conjunto de lábios, língua, bochechas, palato, mandíbulas e até mesmo a arcada dentária.
Trava línguas
Considerada uma forma divertida e desafiadora de treinar oratória, o trava-língua traz consigo uma série de benefícios para o praticante, incluindo até mesmo o desenvolvimento da comunicação das crianças. Formado por um jogo de palavras com sílabas e sons bastante parecidos, que quanto mais rapidamente pronunciados, mais desafiam a fala, os trava-línguas são utilizados por profissionais de diversas áreas.
NÍVEIS | TRAVA-LÍNGUAS |
Nível 1 | Paulo Pereira Pinto Peixoto, pobre pintor português, pinta perfeitamente portas, paredes e pias. Por Evaí Oliveira, por parco preço, patrão. |
Nível 1 | O guloso guri, gulosava gulodices e a gurizada guturalizava nos gurupás. |
Nível 2 | Se cada um vai a casa de cada um é porque cada um quer que cada um vá lá. Porque se cada um não fosse a casa de cada um é porque cada um não queria que cada um fosse lá. |
Nível 2 | Filomena Felícia Fausta Fonseca, famosa flor, farmacêutica fez formidáveis fórmulas, fabricou formosos fortificantes e famosos fertilizantes, fazendo felizes frenéticos fregueses. |
Nível 3 | Não confunda ornitorrinco com otorrinolaringologista, ornitorrinco com ornitologista, ornitologista com otorrinolaringologista, porque ornitorrinco é ornitorrinco, ornitologista, é ornitologista, e otorrinolaringologista é otorrinolaringologista. |
Nível 3 | Há quatro quadros três e três quadros quatro. Sendo que quatro destes quadros são quadrados, um dos quadros quatro e três dos quadros três. Os três quadros que não são quadrados, são dois dos quadros quatro e um dos quadros três. |
Gravações das falas
Sim, nada mais do que isso. Esse exercício consiste na gravação da sua voz para a observação dos pontos que precisam ser melhorados. Caso prefira, opte pela gravação de vídeos. Assim, também será possível a observação da articulação do maxilar e detalhes da linguagem corporal.
Com esse exercício você também poderá melhorar e aumentar seu vocabulário. Reflita e anote todas as palavras que você tem dificuldade ao pronunciar. Após isso, comece a repeti-las até se sentir confiante para utilizá-la em seu dia a dia. É claro que nada acontece num passe de mágica, mas prática e posterior inserção em seu cotidiano fará com que ela saia da sua “lista” de dificuldades.
Observe também a constância e quais os vícios de linguagem que você utiliza. Apesar de comuns, eles nunca devem ser tidos como normais, visto que, uma boa comunicação tem como premissa a transmissão clara e direta da mensagem. Desconhecimento, falta de preparo e sensação de insegurança são as percepções tidas por quem ouve. Por isso, é fundamental reconhecer os vícios praticados, para que assim seja possível eliminá-los da sua comunicação diária.
Leitura
É cada dia menor o número de pessoas com o hábito de leitura, visto que atualmente as pessoas apenas “passam os olhos na tela” e não compreendem de fato o tema lido. Temos hoje com a diversidade de mídias, um grande volume de informações, mas são raros os leitores que prestam a devida atenção naquilo que leem.
Entretanto, podemos garantir que os benefícios da leitura vão muito além do que a própria trama ou conhecimento passado pela obra. Além de reduzir em até 68% os níveis de estresse, promover o aumento do sentimento de empatia, favorecer o aprendizado de conteúdos específicos e aprimorar a escrita escrita, a leitura permite uma autoavaliação clara da dicção, de maneira a destacar a quantidade de palavras que não são pronunciadas de forma clara e compreensível.
Abra mais a boca
Além de contribuir para o tônus facial, esse exercício também interfere na clareza da pronúncia das palavras. Abra bem a boca (mais do que o normal) ao falar e pronuncie as sílabas pausadamente, dando ênfase às vogais. Preste atenção no posicionamento da língua, pois ele também interfere na fala com a produção de ruídos.
Separe um tempo do seu dia e escolha uma música ou um texto mais longo para tal prática.
Observe sua respiração
Vital para a existência humana, a má respiração também pode atrapalhar sua comunicação. Em uma situação de pressão ou nervosismo ela fica mais rápida às vezes até difícil, e é nesse momento que são abertas brechas para os vícios de linguagem. Por isso, assim como a ansiedade, a respiração também pode ser treinada e melhorada.
Tenha em mente que existem momentos necessários para uma respiração mais profunda e longa. As pausas são necessárias, todavia, isso não é sinônimo de que elas devam ser tão longas a ponto de deixar seu discurso monótono. Ao respirar, concentre-se tanto em puxar bem o ar, quanto em soltá-lo. Além disso, sinta o início da respiração na área do diafragma. Em seguida, observe o preenchimento da caixa pulmonar. Por fim, foque na parte superior do peito. Mas atenção: não realize esse treino em excesso, pois essa prática pode ocasionar hiperventilação e tontura.
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