Guia definitivo para controlar o nervosismo em qualquer situação
Passar no vestibular, encontrar a pessoa amada, realizar uma entrevista de emprego, gravar vídeos, fazer algo pela primeira vez na vida. Se listarmos aqui todas as situações que de certa forma geram nervosismo, ficaremos aqui por muito tempo. A verdade é que todos já passaram por pelo menos uma situação que despertasse esse sentimento. Você deve estar se perguntando: “Eu já sei de tudo isso, agora cadê as formas de controlar o nervosismo?”. A resposta é aqui, literalmente aqui. Bora lá.
Afinal, o que gera o “nervosismo”?
Você sabia que o cérebro não consegue distinguir a urgência de um predador e de uma apresentação em público?
Traduzindo: emoções resultam mudanças fisiológicas e biológicas. Independente do sentimento, seu corpo sentirá diretamente os reflexos. Em ambos os cenários citados anteriormente, seu corpo irá gerar o “nervosismo” e dará os mesmos sinais para o seu cérebro. O que acontece é que, quando o ser humano se depara com o alerta de “perigo”, adrenalina e noradrenalina entram em ação e preparam o corpo para lutar ou fugir rapidamente. Nessas condições, o sistema nervoso simpático dilata as pupilas, inicia a sudorese e estimula o fluxo de sangue para nossos músculos. A liberação de adrenalina no sangue traz à tona sintomas como tremedeira e sudorese.
4 dicas e técnicas de oratória para controlar o nervosismo
Pratique a visualização
Visualize, em sua mente, a situação que o(a) preocupa. Talvez você esteja muito ansioso(a) com uma reunião, relacionamento familiar, ou com contas a pagar.
Provavelmente, nesse momento, seu cérebro já gerou “imagens mentais” da situação que o aflige. O que você faz logo em seguida? Certamente interrompe a cena. Aí que está o pulo do gato. Nessa técnica de oratória, o objetivo é imaginar. Vá até o final dessa cena, imaginando todos os detalhes (cores, cheiros, pessoas, diálogos). Deixe seu pensamento fluir, assim como em um filme, e perceba o que ocorre: sua imaginação chega a um ápice de angústia e logo após desaparece? Ela termina tragicamente? Diante do resultado, existem algumas opções a seguir:
- Descatastrofização: Se sua cena atinge um clímax de ansiedade e então desaparece, supõe-se que esteja acontecendo um bloqueio no final desta. Com a interrupção da imagem em seu pior momento, não há a oportunidade de verificação das suas reais condições de enfrentamento.
- Imaginação de resultados: Imagine a cena da maneira mais agradável possível, incluindo o “pior” momento. Vá até o final “do filme” e termine-o de forma positiva, ficando aberto para a sensação de conquista e satisfação.
- “E se isso acontecer?”: Numa folha de papel, escreva o que lhe aflige de forma sucinta. Delimite o problema e pergunte-se: “e se isso acontecer?”. Novamente delimite o problema e vá fazendo isso até não ter mais alternativas. Ao chegar no final, perceberá que o resultado não é ruim como imaginado inicialmente.
Treine sua respiração
Parece óbvio, não é mesmo?! Mas esse tópico é frequentemente esquecido nas situações em que é preciso controlar o nervosismo. Então vamos lá.
O primeiro passo é simples: observe-se. Se ao respirar você notar que o peito fica mais “inchado”, então provavelmente você não está utilizando toda a capacidade do seu sistema respiratório. A respiração ideal acontece quando todo o pulmão é preenchido pelo ar. Para saber se isso está acontecendo é só constatar se há a movimentação do diafragma (o que acaba projetando a barriga para frente). Para treinar não tem segredo: quanto mais fundo você respirar, mais o ar vai até o fim dos seus pulmões, promovendo uma sensação de relaxamento. Durante um discurso, você pode utilizar essa estratégia da seguinte forma:
- Faça uma pergunta, abrindo para um momento de reflexão e respostas (internas ou compartilhadas);
- Enquanto a resposta é mentalizada e formulada você terá tempo de praticar essa respiração mais longa e profunda. Concentre-se tanto em puxar bem o ar quanto em soltá-lo;
- Sinta o início da respiração na área do diafragma. Mas atenção: não realize esse treino em excesso, pois essa prática pode ocasionar hiperventilação e tontura.
Saber controlar a respiração levará seu corpo e mente a um estado concentrado, o ajudando também a controlar o nervosismo e a ansiedade.
Exercícios isométricos
Existem algumas práticas e exercícios que se bem realizados, geram ótimos resultados. Nesse cenário, o primeiro ponto para que essa prática seja bem-sucedida é manter uma constância de treinos, pois assim como no treino dos músculos do corpo, o cérebro também deve ser treinado. A partir disso, você conquistará mais confiança e domínio daquilo que está fazendo/falando.
Entre estes exercícios, pode-se destacar o Exercício de Fisiologia e o Exercício Isométrico. No primeiro, a prática é bem simples: basta mentalizar um estado de felicidade, de maneira a se esforçar para alcançar verdadeiramente essa sensação.
Já no segundo, é fundamental que antes de mais nada, seja entendido o seu conceito. Diferente dos exercícios convencionais, os exercícios isométricos são realizados de forma estática, de maneira a contrair os músculos e eliminar a tensão. Entre as inúmeras opções, existe o Wall Sit, realizado em dois passos básicos:
- Apoie as costas na parede e dobre as pernas, como se fosse sentar numa cadeira;
- Mantenha as pernas paralelas e os pés alinhados aos ombros e mantenha-se na posição por um minuto.
Faça “poses de poder”
Psicóloga e professora de Harvard, Amy Cudd foi a responsável pelas pesquisas sobre os efeitos das “poses de poder”. Seus estudos sobre a linguagem corporal também foram exibidos no TED “Sua linguagem corporal molda quem você é”. Em linhas gerais, demonstraram que, ao levantar os braços em comemoração, o cérebro provoca uma descarga de testosterona (hormônio da dominância); ao mesmo tempo, restringe a produção de cortisol (hormônio do estresse) e diminui a sensação de nervosismo. Ou seja, você realmente se sente vitorioso(a) e menos intimidado(a).
Ok, mas como são as poses de poder?
- Abra o peito e estique os braços;
- Erga os braços para festejar vitória;
- Levantar o queixo, mantenha a coluna ereta e assuma o ar de posse da situação.
“Nosso corpo muda a nossa mente. Nossa mente muda os nossos pensamentos. Nossos pensamentos mudam o nosso destino”. – Amy Cuddy
Dica extra para controlar o nervosismo: Ted Talks
Iniciados há 26 anos na Califórnia, os Ted Talks são conferências dedicadas ao lema “Ideas worth spreading”, na tradução: “ideias que merecem ser compartilhadas”. Desenvolvidos em um curto período de tempo, a modalidade de conteúdo foi organizada como uma forma de trazer a essência de cada ideia de maneira objetiva e aplicável no dia a dia.
O poder da vulnerabilidade
Palestrante, pesquisadora na Universidade de Houston e especialista em temas como vulnerabilidade, coragem e vergonha, Brené Brown é responsável pelo TED “The power of vulnerability”. Falando sobre a necessidade de conectar-se emocionalmente com as demais pessoas em qualquer esfera da vida, Brené dá uma aula sobre empatia. Não se esqueça de ativar as legendas.
Como manter a calma quando sabemos que vamos nos estressar
Daniel Levitin é psicólogo cognitivo americano-canadense, neurocientista, escritor, músico e produtor musical. Nesse TEDx, Daniel explica como o cérebro se comporta em situações de nervosismo e ensina como acalmar-se nesses momentos através de alguns mecanismos, mesmo sabendo que você pode se estressar. Não se esqueça de ativar as legendas.
Como fazer do estresse um aliado
Kelly McGonigal sugere que o estresse pode não ser assim tão mau e aconselha que suas “vantagens” sejam conhecidas. A psicóloga também sugere que ao invés de temê-lo, ele deve ser um aliado. De forma geral, o modo como pensa e como age pode transformar as suas “experiências de estresse”, numa resposta biológica útil.
De acordo com a neurociência, o cérebro é plástico, moldando-se aos aprendizados adquiridos. Por isso, jamais diga que você não é capaz de aprender ou conquistar uma nova habilidade.
Gostou desse conteúdo? Aproveite para assinar a nossa newsletter e receber nossos conteúdos em primeira mão!
Newsletter Vox2you