Retórica: Significado, Diferenças com a Oratória e Como Utilizar Cada Uma
Seja na escola, na faculdade ou no dia a dia, você certamente já ouviu falar da retórica e de sua parceria com a oratória. Apesar de possuírem escritas e significados semelhantes, a oratória e a retórica não são ciências iguais, mas sim complementares.
Originada do latim, a palavra retórica significa “a arte de falar bem”. Já a oratória vem da palavra “orador” e carrega o significado de “a arte de falar bem em público”. Em linhas gerais, ambas são elementos essenciais para uma boa comunicação.
Diariamente percebemos a importância de uma boa comunicação. Seja para melhorar nossa relação no trabalho, com os amigos ou com a família, a oratória e a retórica são sempre grandes aliadas. É por isso que preparamos este conteúdo. Aqui, o objetivo é fazer com que você compreenda o significado da retórica e saiba aplicá-la em sua vida. Agora chega de papo e bora para o que interessa!
Qual a Diferença entre Oratória e Retórica?
Apesar do pleonasmo, vamos começar do começo!
Entendendo a Oratória e a Retórica
Na retórica, é construído aquilo que chamamos de referencial teórico, ou seja, um compilado de materiais que darão suporte para o assunto a ser abordado. Uma pessoa que possui uma boa retórica é aquela capaz de construir bons argumentos, otimizando tanto aspectos racionais quanto emocionais. Se você deseja melhorar sua retórica, é importante focar no desenvolvimento de argumentos sólidos e persuasivos.
Já a oratória é a habilidade de comunicar com clareza e confiança todo o discurso pensado na retórica. Dominar a oratória é saber se expressar, mas também sentir. Saber falar com clareza, mas também ouvir. Convencer o público com sua ideia e também vender seu produto. Essa sim é a oratória: uma arte em que você torna aquilo que fala algo memorável e emocionante para o ouvinte. É nesse cenário que são empregadas as técnicas de oratória, por exemplo, a técnica da Ancoragem.
Assista ao vídeo e entenda o que é a oratória para a Vox!
Entretanto, é importante lembrar que, na fusão entre a oratória e a retórica, um dos objetivos consiste em persuadir o ouvinte e/ou espectador. Nesse cenário, é importante reforçar também o significado de persuadir. Ao contrário do que muitos pensam, persuadir não é sinônimo de manipular. A manipulação se relaciona diretamente com a mentira e o ato de enganar alguém para conseguir o que se deseja. Em contrapartida, a persuasão parte do princípio do convencimento, no qual são apresentados fatos e argumentos condizentes com o público e o objetivo do comunicador.
Origem da Oratória e da Retórica
Segundo registros históricos, a oratória passou a ser desenvolvida no século V a.C. na Sicília. Entretanto, muito se especula a respeito do uso dessa arte no Egito Antigo, entre os anos de 3100 a.C. e 30 a.C.
Ainda de acordo com os registros, a Sicília (Grécia Antiga) ficou marcada como o berço da oratória e da retórica, visto que nesse período foi escrito o primeiro manual sobre retórica. O material foi escrito para orientar os advogados que buscavam defender as causas das pessoas que desejavam reaver suas propriedades e bens tomados pelos tiranos da época.
Foi a partir desse momento que ambas as ciências passaram a ser estudadas mais a fundo, tendo como percursor o filósofo Aristóteles, autor do tratado “A Arte da Retórica” e de muitas outras obras.
Os Pilares da Retórica
Através de seus estudos, Aristóteles divide a retórica em três pilares principais, sendo eles:
- Ethos: caracteriza-se pela credibilidade e confiança passada pelo interlocutor em seu discurso ou conteúdo. Para ser retórico, é essencial construir uma imagem de confiança.
- Logos: define-se pela razão, provas e argumentos utilizados pelo interlocutor. Para Aristóteles, o seu discurso não será convincente se você não puder provar logicamente o que está sendo dito. Melhorar sua retórica envolve aprimorar a lógica dos seus argumentos.
- Pathos: é composto pelos valores e sentimentos colocados no discurso. Em outras palavras, sentimentos convencem, e a persuasão é amparada por um discurso emocionado.
A união e aplicação da retórica à oratória é uma habilidade que mudará sua vida em todos os aspectos, tanto pessoal quanto profissional.
Há quem ainda acredite que oratória e retórica se restringem apenas a pessoas que já nasceram com algum tipo de dom para comunicação, mas essa é uma ideia ultrapassada. De entrevistas online até durante as vendas no home office, treinar tais habilidades o destacará dos demais. Aprender como melhorar sua retórica é um diferencial competitivo.
Como Utilizar Ambas as Técnicas no Dia a Dia
Depois de entender a essência de cada uma dessas áreas, você deve estar se perguntando: como aplicá-las no meu desenvolvimento?
A resposta é simples: você irá aplicar a oratória e a retórica em absolutamente tudo na vida, tanto no aspecto profissional quanto pessoal. Isso acontece por um único fator: somos seres humanos inatos à comunicação. É por ela que iremos resolver problemas e conquistar oportunidades.
3 Técnicas de Retórica para Praticar
Hipérbole
Extremamente utilizada, a hipérbole consiste em uma figura de linguagem com foco em transmitir intensidade em um discurso, como nas expressões abaixo:
- “Estou morrendo de nervoso.”
- “Já agradeci mil vezes à Vox2you por ministrar cursos tão incríveis.”
Como observado, essa é uma ferramenta que acontece por meio da utilização intencional de expressões exageradas. Entretanto, para melhorar sua retórica, não crie expressões que, apesar de interessantes, não façam sentido para o contexto e, sobretudo, para a(s) sua(s) persona(s).
Antítese
Tal técnica é aplicada em discursos que evidenciam a relação de contraste, na qual duas palavras opostas apresentam-se em um mesmo contexto. A utilização dessa aproximação dá ênfase à frase e assegura maior expressividade à mensagem, como no exemplo abaixo:
- “A vida é mesmo assim, um dia a gente ri e no outro a gente chora.”
Outro grande exemplo da utilização da antítese é a música “Certas Coisas” de Lulu Santos. Observe o trecho abaixo:
- “Não existiria som se não houvesse silêncio
- Não haveria luz se não fosse a escuridão
- …Dia e noite, não e sim.”
Bons discursos despertam a chamada “identificação”, afinal, todas as pessoas, pelo menos uma vez na vida, já aplicaram essa técnica. Apesar de extremamente eficaz, não se esqueça de que, caso seja aplicada excessivamente, seus discursos e apresentações podem se tornar confusos. Para ser retórico, é preciso usar essas técnicas com equilíbrio.
Anáfora
Figura de linguagem um pouco mais conhecida, a anáfora consiste na repetição da mesma palavra (ou de um grupo de palavras) no começo de frases ou de versos consecutivos, funcionando como uma “chamada de reativação”. Observe os exemplos abaixo:
Discurso de Steve Jobs acerca do lançamento do iPod:
- “Como vocês já sabem, nós temos o iPod, o melhor player de música do mundo. Temos também o iPod Nano, os novos modelos. E suas cores estão de volta. Temos o iPod Shuffle novo surpreendente.”
Discurso feito por Martin Luther King durante a Marcha de Washington:
- “Eu tenho um sonho que um dia, nas montanhas rubras da Geórgia, os filhos dos descendentes de escravos e os filhos dos descendentes de donos de escravos poderão sentar-se juntos à mesa da fraternidade.
- Eu tenho um sonho que um dia mesmo o estado do Mississippi, um estado desértico sufocado pelo calor da injustiça e sufocado pelo calor da opressão, será transformado num oásis de liberdade e justiça.”
Ao enquadrar sua palavra como uma chamada de reativação, você não dará espaço para distrações aleatórias, mas sim manterá o público atento e engajado do início ao fim. Praticar a anáfora é uma forma eficaz de melhorar sua retórica.
Como Praticar a Oratória?
Rapport, ancoragem, programação neurolinguística (PNL) e modulação de voz. Essas são algumas das técnicas de oratória que, quando aprendidas, podem e devem ser aplicadas em diversas situações, por exemplo:
- Criação e condução de conteúdos impecáveis;
- Perda do medo de falar em público para realizar uma apresentação importante;
- Domínio das técnicas de PNL para conquistar metas.
É imprescindível ter em mente que a prática é uma das melhores opções para a alta performance, e é por isso que preparamos o “Guia prático: como perder o medo e falar bem em público”para você.